Elois Alexandre de Paula

 UM BREVE OLHAR HISTÓRICO DA CHINA: A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DE SUA CIVILIZAÇÃO NA DESCONSTRUÇÃO DE ESTEREÓTIPOS


A China Além do Obscurantismo

Lembrando uma frase do Historiador Peter Burke [1991], “A função do historiador é de lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”, de certa forma bem apropriada pela realidade que estamos vivendo, em um período do negacionismo da ciência e também pela própria História de modo geral.  A China não foge à essa visão negativa construída pela desinformação, da sua História e também do próprio contexto atual e a relação com a pandemia do novo coronavírus.

Neste processo do obscurantismo em que vivemos um detalhe importante para desconstruir narrativas distorcidas sobre a realidade da China, se dá exclusivamente pela compreensão de sua História e da sua civilização. Outrossim, o contexto Histórico quando ampliado para além do ambiente das academias reflete em um objetivo da desconstrução de estereótipos, principalmente no Brasil que vive uma avalanche de fakes sobre aspectos relacionados a China e o próprio Covid 19.

Destaco a importância da discussão dos temas atuais relacionados a China, mas também discutir sobre o contexto Histórico, cientifico e porque não abordar brevemente, o contexto da construção do conhecimento histórico desde a academia até ao modelo de ensino do Brasil. Notadamente no momento atual, a própria estruturação do ensino da História e o projeto do atual governo do revisionismo com relação à educação vêm prejudicando a disciplina de História, e as propostas metodológicas que abordam discussões e a consciência histórica. Esse contexto educacional não foge a essa realidade sobre a História Chinesa, que por longo período foi rejeitada como se demonstra abaixo:

 

“A China esteve ausente dos livros didáticos até meados dos anos 80, e mesmo agora, ocupa apenas pequenos trechos dos novos de história e geografia. Já as obras de natureza paradidática publicadas sobre a China muitas vezes estão distanciadas da realidade concreta do ensino fundamental e médio e tendem a dar um tratamento por demais abstrato do tema, sem associar a China atual à realidade que vivemos aqui no Brasil, como o Afluxo de mercadorias Chinesas concorrendo com os produtos nacionais.” [Mao Junior, Jose, 1998, p.10]

 

Esse vácuo causado por modelo metodológico e didático de ensino da História é ainda a ponta do iceberg da desinformação da Historiografia Chinesa. Mas apesar dessa problemática partimos de uma reflexão para demonstrar a experiência historiográfica Chinesa, e de ampliar discussões sobre esta civilização. Nesta temática ampliar a busca do conhecimento é uma possibilidade da evolução, como cita Carl Sagan: “O crescimento individual reflete o avanço da espécie”.

 

Com relação a China a compreensão da sua história e de sua sociedade é complexa, diversificada, mas não tão distante como a distância geográfica que nos separa os continentes. A academia e as mais diversas pesquisas e biografias estão acessíveis a quem tenha a simples curiosidade e até mesmo pesquisas mais detalhadas. O conhecimento crítico é um contraponto das chamadas “fakes” e da desinformação que é tão recorrente e que infesta as redes sociais. A China se apresenta em uma visão bem mais ampla e diversificada do que somos acostumados a entender e ver com bases ao cinema com os filmes de Kung Fu, até a ideia da culinária exótica que causa espanta e horror para os que se atentam a apenas essas informações.

Em reflexão à História da China e seu atual contexto apresentam outras realidades diferentes das narrativas preconceituosas e mentirosas que se construiu, a Historiografia Chinesa oferece a acessibilidade para quem interessa. Lógico, a China diante de mais de 4 mil anos de História, nem mesma a academia consegue englobar tantas informações e fontes, por isso é fundamental novas descobertas e amplo acesso tanto no campo da História como em outras áreas.

 

Desconstruindo Estereótipos

Dentre muitos séculos a China tinha sido vista pelo ocidente por uma visão preconceituosa, racista e discriminatória com relação ao seu povo, tradições culturas e pelo seu modo de vida. Atualmente essas visões obscuras, irracionais vieram a tona com a atual Crise da Covid-19, com as mais absurdas narrativas na qual o Brasil, ou melhor, dizendo seus representantes foram protagonistas das inverdades sobre a China e uma relação com a pandemia.

Em abril de 2020, logo no início da pandemia no Brasil e com já surgindo as primeiras vítimas do Covid 19, o Ministro das relações exteriores Ernesto Araújo fez uma das declarações equivocadas e sem fundamento com relação a China afirmando que o mundo enfrenta o “comunavírus” como cita a reportagem do Correio Brasiliense.

 

“Não bastasse o Coronavírus, precisamos enfrentar também o Comunavírus, e seu projeto de usar a pandemia para instaurar o comunismo, o mundo sem nações nem liberdade, um sistema feito para vigiar e punir; escreveu o ministro no Twitter.” [SOARES. Correio Brasiliense, 2020]

 

Não é de hoje que o fantasma desse “pseudo comunismo” tem assombrado o Brasil, em que desde aos anos 60 com o golpe militar de 1964 foi baseado na tese de tentar o derrubar o comunismo no Brasil. [Vieira 1985]. Essas narrativas do temor e da falsa ideia do comunismo no Brasil ganharam força nos últimos anos no Brasil, pela grande propagação de Fakes nas redes sociais construindo um panorama desastroso da desinformação e de um revisionismo sobre a História do Brasil obscuro e sem parâmetro teórico.

Ainda o Ministro fez referências desastrosas a China com a questão climática, a falsa ideia da questão da ideologia de gênero, além dos ataques a OMS (Organização mundial de saúde). [SOARES, Correio Brasiliense 2020]. Esta declaração provocou uma crise entre China e Brasil, que tem causado danos não somente na diplomacia, mas também na questão econômica e também na tecnologia de produção de insumos de vacina, aliás é fato que a China é uma das grandes parceiras nessas questões.

Não obstante, com os mais diversos pronunciamentos negativos por parte das autoridades brasileiras, surgiram as mais estapafúrdias teorias de conspiração sobre a vacina Chinesa, baseadas de um senso comum sobre a questão da pandemia. Um exemplo era de que a vacina Chinesa era feita de rato, ou morcego, ou que eram produzidas com fetos humanos, ou que a vacina Chinesa continha em seu conteúdo um “Chip” para controlar quem a tomasse. Essas informações insanas criadas pelos conspiradores contra a ciência, se espalharam rapidamente, principalmente nas mídias sociais, gerando confusão, principalmente entre os mais leigos e desinformados e que causou uma redução da procura das vacinas até mesmo nas demais vacinas aplicadas nas crianças.

Ora, é fato que tais discursos não condizem com a realidade, e no que se diz respeito ao desenvolvimento cientifico, incluindo as pesquisas no campo da saúde, a China tem desenvolvido inúmeras pesquisas pela experiência em outras situações de flagelos com a sua população.  A síndrome respiratória aguda grave (SARS) foi uma das doenças que os cientistas Chineses se aplicaram nas pesquisas e desenvolveram as vacinas, como exemplo a Coronavac. Historicamente os Chineses estão a léguas na pesquisa e no desenvolvimento de técnicas médicas que vem se aplicando a séculos, como a ideia de isolamento social, que foi a estratégia mais correta para a pandemia da Covid 19, e que segundo o livro Hou Hanshu, essa estratégia era a base para um tratamento adequado. [BUENO, 2020]

Sem dúvidas a China vem saindo-se muito bem nas pesquisas relacionadas a esta pandemia, a sua tradição na pesquisa cultiva uma larga experiência para lidar nos momentos de Crise sanitária como as demais crises que assolaram a sua civilização na história. Assim os chineses mostram a força e habilidade exemplar para resolver as suas dificuldades. Infelizmente o ocidente, mais precisamente o Brasil, pela sua situação política atual do negacionismo, não consegue identificar a realidade da civilização Chinesa. Entretanto se faz necessário rever a importância dos conceitos e do conhecimento das tradições e experiências da História desta civilização.

 

A China pelas Experiências Históricas

Talvez em um primeiro momento neste tópico, é notável aqui uma discussão de possibilidades metodológicas dentro do contexto do ensino de História do oriente, pois esse modelo de ensino de História desde o período do ensino fundamental ate o ensino médio, não contempla de forma mais ampla a História Chinesa. De certa forma, até atentamos a essa proposta de uma discussão desse modelo de ensino, mas a ideia aqui é de apresentar temas que abordem as experiências históricas da China, desconstruindo as distorções e estereótipos sobre a Historiografia Chinesa.

Primeiramente pelas experiências de aprendizado na vida acadêmica é importante fazer algumas distinções sobre a historiografia Chinesa, que dentro do mundo das ideias de “achismos” por um longo tempo a China sempre foi uma incógnita para o ocidente, principalmente para os europeus. Basicamente a visão sobre a China diante do olhar do ocidente durante séculos causou essas distorções sobre a realidade dessa nação e de civilização e das demais outras civilizações do oriente como afirma Said [1990], dentro de uma análise do pensamento Ocidental sobre o Oriente:

 

“Em resumo, desde o início de sua História moderna até o presente, o orientalismo como urna forma de pensamento para tratar o que o estrangeiro demonstrou tipicamente tendência inteiramente lamentável ao tipo de conhecimento baseado em distinções rígidas como "Leste" e "Oeste": para canalizar o pensamento para um compartimento do Oeste ou do Leste. Como essa tendência está exatamente no centro da teoria, da prática e dos valores ocidentais do orientalismo, o sentido do poder do Ocidente sobre o Oriente tem como certa a sua condição de verdade científica”. [SAID, 1990]

 

Essa distinção muitas vezes recorrente é uma prova de que o Ocidente não teve um interesse em atentar a existência da China.  [CASTRO, 1969]. Não obstante, o interesse do Ocidente em determinados períodos da História sempre foi a dominação e o controle do território Chinês, principalmente no Século XIX, onde se construiu a ideia de um lugar comum para a China cercado de aberrações. Tragicamente esses foram um dos fatores que consolidou a ignorância sobre a sua civilização e que ainda se perdura, apesar dos avanços ao acesso a informação e a pesquisa.

A Historiografia, dentro de uma visão ocidental por vários séculos, mostra três realidades distintas sobre a China, a primeira é sobre a visão acadêmica baseadas em uma perspectiva que esta Civilização é inferior e que através do racismo o oriente é uma identidade homogênea. Surge assim a ideia a construção de um complexo de inferioridade sobre a China.

A segunda visão multicultural, e á ideia de culturas diferentes vivendo em um mesmo espaço, tentando ter modos de convivência para ratificar o racismo [HUNTINGTON, 1997]. Já a visão intercultural é a ideia de uma posição privilegiada e externa da Civilização chinesa e a tradução e o entendimento cientifico e histórico da cultura para o interesse público. 

Diante dessas visões ainda é notório que a História da China tende muitas vezes a ser incompreendida ou mesmo menosprezada, porém, essa ideia cai por terra diante da Historiografia apresentada. Como fontes de conhecimento básico desses mais de quatro mil anos de História da civilização Chinesa estão desde os vestígios de cerâmicas das diversas dinastias, de grandes engenharias como a Muralha da China, ou das diversas invenções como a da imprensa, ou da pólvora, são ainda informações e fontes básicas para a experiência histórica Chinesa:

 

“IMPÉRIO DO CENTRO: existem registros precisos acerca de mais de 4 mil anos de História da China, país que cuja a cultura foi, por um longo período, muito mais avançada do que o ocidente. Os chineses inventaram a Pólvora, a bússola, o astrolábio, o sismógrafo, o papel e também a imprensa, séculos antes de Gutemberg”. [Mao Junior, Jose, 1998, p.10]

 

Os avanços da civilização Chinesa vão muito além sobre a questão da Cultura, pela religiosidade com práticas pela divinização do mundo natural e pelo pensamento filosófico e de certa forma educacional Confúcio (551-479 A.C) que apresentou regras de harmonia social, condutas de uma sociedade correta em um período que a China estava mergulhada na corrupção. Por esse motivo a educação Confucionista teve importância fundamental na sociedade Chinesa, ou seja, uma filosofia educacional que resiste ainda por séculos [Bueno, 2011].

Um dos grandes legados deixados por Confúcio foi de que ele se preocupou em preservar os livros históricos para regularização moral e religiosa, mas também para conservar a memória dos antepassados. Aqui se mostra o exemplo de uma civilização preocupada com sua História e a memória de seus antepassados.

Já no contexto organizacional do estado Chinês também é notável o avanço desde a antiguidade. Historicamente a administração e a estabilidade do estado Chinês sempre foram creditadas a uma ideia de um concurso público, buscando servidores do estado com capacidades intelectuais e de caráter para salvaguardar os serviços públicos do estado, sendo esses servidores públicos da elite. [Morton, 1986].   

Um dos pilares da experiência Chinesa e a questão comercial com a Rota da Seda que desde o século I A.C, desenvolveu uma extensa e organizada rede mercantilista entre a Ásia e o Império romano, realizando o comércio da seda entre outros produtos. [Bueno, 2002]. Ainda nesta tradição a China projetou nos últimos anos uma nova rota da seda em que o presidente Chinês, Xi Jinping pensa em investir bilhões de dólares para um desenvolvimento de projeto global de telecomunicações em países da Europa. [Fonte Made for Minds, 2008]. Não esqueçamos neste contexto comercial que o Brasil, apesar de seus problemas diplomáticos com a China, é ainda um dos seus parceiros comerciais.

Com essa perspectiva de crescimento econômico a China vem surpreendendo no desenvolvimento tecnológico por séculos. Desde a descoberta da pólvora e a invenção da imprensa e do papel, nos anos finais do século XX, a China iniciou o “plano 863”, com o objetivo de formar cientistas nas áreas de bioengenharia, astronáutica, informática, automação e energia.  [Mao Junior, Jose, 1998]. Não deixamos de citar na área aeroespacial em que a China tem desenvolvidos atualmente foguetes e sondas espaciais para exploração no nosso sistema solar.


Prof. Elois lecionando sobre China
fonte: arquivo pessoal

A experiência da História Chinesa em Sala de aula

No contexto político, a China vem sendo observada ou criticada pela manutenção no poder do PCCH (Partido Comunista Chinês). É fato que desde o ano de 1949 um modelo de democracia com participação popular não se estabeleceu na China, mas apesar dos pesares, a China tem tido e se mantido pelas diversas adaptações no campo político, principalmente quando seu modelo Marxista se afastou do modelo do marxismo de Stalin. Dessa forma a China, desde Mao Tse-tung, projetou dentro de suas discordâncias com o socialismo soviético um governo com um movimento comunista diferenciado, que moldou também o novo contexto de crescimento econômico Chinês [Mao Junior, José, 1998].

Ainda sobre o socialismo Chinês, muitas teorias ou comentários da impressa sobre a perseguição política e de supressão de direitos dos cidadãos. Mas não desprezando a imprensa e a liberdade de expressão, é importante lembrar que uma das principais notícias é referente o “Massacre da Praça da Paz Celestial”, que continua sendo lembrado e comentado no mundo inteiro. Um detalhe sobre o Jovem que enfrentou as linhas de tanques e teria sido morto, mas que na realidade os blindados desviaram do Jovem estudante e que teve uma História muito diferente apresentada pela imprensa.

A China por milênios tem obtido muitas experiências no seu contexto social, político, econômico e cultural. Por todos esses anos têm enfrentado guerras, invasões, desastres naturais, doenças e pandemias como vivenciamos agora. Mas de certo modo a sua civilização renasce a cada queda e desastre. Como é de sua cultura os chineses usam de seus problemas e tragédias como uma forma de experiência de se levantar e de se reconstruir.

A historiografia Chinesa apresenta um campo fértil de pesquisa, e ainda tem muito a ser explorado, assim o meio acadêmico tem sua importância em desbravar a trajetória dessa rica civilização. Neste contexto de pesquisa Historiográfica com relação a China, talvez no atual contexto exista poucos adeptos, mas apesar dessa redução existe inúmeros trabalhos e pesquisas sobre a China.  Nesta dinâmica da experiência sobre as vertentes históricas da sinologia, a academia tem importância fundamental em apresentar os seus resultados e experiências sobre o Oriente e a China, essas experiências devem ser levadas aos bancos escolares, dentro de novas metodologias de ensino de História que discutam os temas orientais com maior amplitude.

Sabe-se que no atual contexto da educação no Brasil a Disciplina de História está passando por uma crise de valorização, pois nem mesmo a própria História do Brasil não está sendo levada a sério. Toda essa crise de conhecimento que vivemos é perceptível nos discursos sem sentido sobre o Brasil e a China, e assim visível de uma parte da sociedade brasileira tem intelectualidade anacrônica do Século XX, que vive ainda no pensamento da guerra fria e no temor do fantasma do socialismo.

Portanto essas questões e experiências sobre a China e a sua História são imprescindíveis para derrubar os muros da intolerância, preconceito e a desinformação, assim a distância entre o Brasil e a China não pode ser comparada pelo distanciamento do conhecimento.   E a Ciência, assim como a importância da História da civilização, não pode se negada no atual contexto, ou continuamos a seguir o caminho tortuosos do preconceito e da construção de estereótipos, seguindo um pensamento de uma velha frase: “Se achas a educação cara, fique com a ignorância, pois ela é gratuita”.... Então, vale aqui uma reflexão sobre essa máxima.

 

Referências

Elois Alexandre de Paula. História Fafi-UV, Especialista em História, cultura e arte UEPG, Ponta Grossa.

 

BUENO, André. Rotas do Mundo Antigo. Versão da Dissertação de Mestrado em História intitulada “Roma, China e o Sistema Mundial entre os séculos I ao III d.C.” UFF: Niterói, 2002

BUENO, André. Educarte: A Educação Chinesa na Visão Confucionista. Rio de Janeiro, 2011.

BUENO, André. Tradições Médicas Chinesas e o Desafio Da Escrita da História na Contemporaneidade. Falas na Rede, 2020.

BURKE, Peter. A Revolução Francesa da historiografia: a Escola dos Annales 1929-1989. Tradução Nilo Odália, São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.

CASTRO, José. O Ocidente Contra a China. Le Monde Diplomatique, 1969

Acesso em HTTP//orientika.blogspot.com/2008/04/o ocidente contra a China

HUNTINGTON, Samuel. O Choque das Civilizações e a Recomposição da Nova Ordem Mundial. Rio de janeiro: Objetiva, 1997.

MAO, JR JOSÉ. SECCO, LINCOLN. A Revolução Chinesa: Até Onde vai a Força do Dragão? São Paulo, Scipione, 1996.

MORTON. W.China: História e Cultura, Rio de Janeiro; Zahar, 1986

SAID. Edward W. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

VIEIRA, Evaldo. A república brasileira: 1964-1984. 1ed, São Paulo: Editora Moderna, 1985.

NOTÍCIAS MADE FOR MINDS:EM:http://www.dw.com/pt-br/china-promete-bilh%C3%B5es-para-nova-rota-da-seda/a-38837510-noticia

7 comentários:

  1. Na sua visão, até que ponto associar a China contemporânea à atual realidade e crise de conhecimento que vivemos no Brasil corresponde à verdade de fato? Ou não se trata de discriminação nem xenofobia, mas um mero pretexto para justificar a escalada do autoritarismo no país (como solução para combater a "ameaça comunista" que a China supostamente representa)?

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    1. Caro Anderson obrigado pela seu questionamento. Acho que podemos afirmar que de fato esses dois fatos estão interligados ou somando essa discriminação com relação Civilização Chinesa. Em um primeiro momento observo que o entendimento da História de um modo geral há alguns anos está seno deixada de lado, mesmo por parte da sociedade até mesmo pelas politicas educacionais que ainda é muito problemática, e com relação a China esse distanciamento do conhecimento é um fator que é uma problemática, na qual ainda é muito recente as pesquisas e a aplicação de metodologias de ensino em história que discutem a China e o oriente. Ja a discriminação a xenofobia e o discurso do anticomunismo e a situação do Covid 19, foram elementos catalisadores para o discurso anti China e anticomunismo no Brasil, que o atual governo construiu narrativas mentirosas que foram bem aceitas por grupos conservadores e que tinham como bandeira o preconceito, o ódio é logico a xenofobia. Assim essas questões mesclaram em uma arma anti China e ate mesmo anti ciência que tem sido solidificado com esses discursos a quem quer ouvir e que não aceitam o dialogo. Assim o conhecimento real da China fica apenas a quem pesquisa e que tem a ideia do questionamento sobre a consciência histórica sobre a Civilização Chinesa. Obrigado
      ELOIS ALEXANDRE DE PAULA

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  2. Olá. Muito bom o seu texto, obrigada.
    Você citou a importância da preservação da memória para os chineses.
    1) Você poderia indicar alguma referência sobre esse tema?
    2) Aqui no Brasil parece, que estamos no oposto: 'esquecemos' de nossa história, dores e erros; dissemina-se fake news e poucas pessoas em nosso país sabem buscar informações. Você teria sugestões para valorizar esses temas em sala de aula, talvez explorando partes da história chinesa?

    Obrigada, Paola Rezende Schettert

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  3. Primeiramente Paola Agradeço sua presença em discutir este texto que é fundamental para o amadurecimento do conhecimento. Sobre a preservação de memória dos Chineses, existem um campo fértil de biografias referente a preservar a memória para a China. Um dos grandes pensadores que tenho lido e pesquisado princialmente na área de educação e o mestre Confucio, um pensador um educador e filósofo que também preocupou em preservar a História(shi) da sua civilização Chinesa. Podemos citar aqui as obras de Confucio o tratado de mutações, dos poemas e da Musica, das recordações e de rituais religiosos. Confucio foi um dos pioneiros de uma escrita Histórica que ainda tenho pesquisado essa literatura. Com relação a HISTÓRIA AQUI NO BRASIL, percebo que vivemos em uma crise que esta repercutindo no momento que vivemos. vejamos pela ideias que tem sido imposta de um discurso do fantasmagórico com relação ao comunismo e ideias carregadas de ódio e ignorância. Percebo que é um momento trágico para nossa História e pela própria História Chinesa que os mais diversos discursos e as aberrações dos Fakes news tem tomado espaço do bom senso e da experiencia Histórica Chinesa. Acredito que o momento e de paralisação e de retrocesso de um pensamento retrogrado do Seculo XX no período da guerra fria que tal pensamento e estimulado pelo próprio governo. Mudanças? acredito quando tivermos mudanças de governo e de um projeto de nação que respalda discussões na área de educação principalmente na área de História e cultura, e que tais mudanças estejam afastadas de mitos e extremismo políticos que causam atrasos na educação de nossa sociedade. Acredito com uma discussão acadêmica que se aproxime dos bancos escolares ainda se podemos ter a oportunidade de uma educação Histórica que venha a promover discussões diálogos, consciência e inclusão da ciência desfocando assim de fanatismos. Reconstruindo uma Nova visão de metodologias que incentive o aluno a questionar e também pesquisar cria assim a atenção a curiosidade e o estimulo em aprender não somente a História do Brasil, como a História Chinesa.
    ATENCIOSAMENTE ELOIS ALEXANDRE DE PAULA

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  4. Caro Elois Alexandre, tudo bem? Primeiramente gostaria de te parabenizar pelo texto e pelas reflexões promovidas pelo mesmo. A minha pergunta está voltada para a questão da ascensão do bolsonarismo no Brasil que potencialmente acentua a visão estereotipada dos países orientais, sobretudo à China, considerada palco do surgimento da COVID-19. de acordo com sua ótica, quais serão os maiores desafios postos aos docentes ao trabalharem essas questões sobre História Imediata no ensino básico no período pós-pandemia, fazendo jus principalmente aos termos "vírus chinês", xenofobia, bolsonarismo e "perigo vermelho"? Você acredita que os preceitos da Escola Sem Partido pode dificultar esse processo de (des)construção desses "novos" olhares sobre os povos orientais (e principalmente os chineses)?

    Cordialmente,
    Maicon Douglas Holanda

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  5. CARO MAICON. Primeiramente quero agradecer sua leitura do texto e quero tentar responder as duas questões em uma única análise. Acredito que muitos desafios serão apresentados neste contexto na qual observamos, e acredito que o ensino de história de forma geral tem tido alguns problemas de formação na metodologia e na ideia de uma consciência histórica. A ideia que está sendo inserida pelos projetos de governo na aréa de educacional e de desmonte de radical da educação e a disciplina de história tem tido essa problematização. A escola sem partido na verdade quer vedar uma formação histórica reflexiva, abordado uma revisionismo histórico baseados em preceitos históricos de períodos negros da História e de uma ideia de anticomunismo. Desta forma A China e sua História tem de ser mais discutida assim como toda a História nacional, visando desconstruir preconceitos e teorias bizarras do negacionista que vivemos. OBRIGADO MAICON
    ELOIS ALEXANDRE DE PAULA

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