Alexia Henning e Vanda Fortuna Serafim

 COSPLAY, MANGÁ, ANIME, CULTURA POP E OS DESDOBRAMENTOS DA CULTURA NIPÔNICA NO BRASIL


O presente artigo é fruto da pesquisa de Iniciação Científica, intitulada: “O perfil de cosplayers brasileiros na contemporaneidade – um estudo de História Cultural.” já finalizada, cujo objetivo consistiu em conhecer o perfil de cosplayers brasileiros na contemporaneidade por meio da aplicação de questionário, com a finalidade de identificar as características destes praticantes, bem como a forma que conheceram a atividade, motivações, significações e experiências.

 

Introdução

Ao falarmos do termo “cultura pop”, precisamos mencionarmos a obra organizada por Luyten (2005): “Mangá e a cultura pop”, que, de acordo com a autora, a palavra “pop” tem um maior reconhecimento nos Estados Unidos durante os anos 60 e 70 devido a sua ligação com o gênero musical mais ouvido pelos jovens. Contudo, o que Luyten [2005] nos conta é que foi mediante às obras de Roy Lichtenstein [pintor americano identificado com a Pop Art. Procurou valorizar os clichês das histórias em quadrinhos como forma de arte.], o qual teve inspiração nas histórias em quadrinhos produzidas no Oriente, os famosos mangás, que o termo “pop art” passa a ser conhecido.

Essa influência ocidental pela qual o Japão passou não trouxe apenas modernização e contribuições para o nascimento dos quadrinhos japoneses, mas também colabora com a arte narrativa e charges, as quais no início do século XX, eram os meios utilizados pelos artistas para extravasarem suas decepções com a política de seu país [ALMEIDA, 2018].

Portanto, as histórias em quadrinhos ganharam o status de arte, visto que a mesma tem essa tendência a seguir o que é difundido pelos meios de comunicação e publicidade. Em outras palavras, o termo o qual muitos utilizam e lembram, “cultura pop”, nada mais é do que um poderoso reflexo da sociedade na qual vivemos e não se restringe somente ao aspecto estético [LUYTEN, 2005].

No entanto, esse termo diz respeito a um fenômeno recente e totalmente diferente da cultura popular, uma vez que a mesma se trata de um conjunto de tradições, lendas e crenças o qual torna-se universal para determinada população, sendo passada de geração em geração. Dessa forma, “cultura pop”, está relacionado ao uso da mídia na criação e divulgação de novos ícones e contos, ou seja, falamos do impacto da industrialização, como também a massificação na geração de referências comuns a um povo [SATO, 2007].

É importante lembrarmos que o contexto de surgimento da “cultura pop”, se deu mediante ao período pós segunda guerra mundial, devido a completa derrota do Japão e a instalação de um governo americano no país dando início a uma abertura cultural onde a sociedade japonesa tomou para si os valores do “american way of life” [estilo de vida americano.] sofrendo uma readaptação ao seu estilo oriental.

Sendo assim, o mercado do entretenimento cresceu junto com a reconstrução do país, pois se fez necessário o uso de algo em que se pudesse trazer uma certa tranquilidade para população que encarava esse período trágico. Com isso, emerge, no Japão em 1970 uma indústria de entretenimento massivo produzindo mangás, animes [refere-se à animação ou desenho animado. As pessoas utilizam o termo para designar as produções de desenhos do Oriente.], videogames, filmes de ficção cientifica e de efeitos especiais, estatuetas de animes, etc. [NUNES, 2013].

No cenário geral, com essa indústria de entretenimento crescendo cada vez mais, o anime ganhou um grande destaque na mídia, que descobriu os desenhos animados, assim como o mangá, tinham e ainda tem um poder para atrair o público adulto [NAGADO, 2005]. Segundo Sato [2007], foi por meio de um tipo de seleção natural pelo consumo do público que houve o destaque dessas produções, pois entre centenas de indivíduos, grupos e produtos, poucos são os que destacam.

A memória popular e o impacto causado por estes artistas e produtos serviu de filtro daquilo que ocorreu de extraordinário, pois sempre vemos as mídias qualificarem algo de boa qualidade como ilustre, renomado ou até mesmo nostálgico, e quando é ao contrário, algo de qualidade duvidosa, os nomeiam de brega ou trash. Contudo, Sato [2007] expõe que apesar desses comentários o importante é que isso integra à cultura pop, pois diz respeito a algo que tem ou teve grande identificação popular e, permaneceu na memória tornando-se referência comum.

Tanto o mangá quando os animes teve sua entrada tardia nas outras partes do mundo, como os Estados Unidos e a Europa, mas no que se refere ao Brasil, nosso local de estudo, desde a década de 1960, há esses traços os quais são marcantes na estética japonesa, as produções de quadrinhos cuja temática contemplava histórias de samurais e ninjas e acolheu a produção gráfica e narrativa desses desenhistas, como aponta Luyten [2005] ao traçar uma historicidade do mangá ou anime no Brasil.

As considerações de Luyten [2005], nos auxilia a entender esse cenário de expansão editorial dos mangás e consequentemente das produções audiovisuais, os animes, a partir dos anos de 1990 no Brasil, década a qual eclodiu a prática cosplay em terras brasileiras.

Apresentado tais reflexões a respeito do termo “cultura pop” não podemos negar toda a carga que os produtos desse mercado cultural carregam. Portanto, não há como desvincularmos a prática cosplay dos mangás e animes, visto que o primeiro revolucionou o mundo dos quadrinhos devido a suas características, que, até hoje, depois de mais de 100 anos de história, ainda são os pilares para uma boa história em quadrinho. Já o segundo também teve uma grande contribuição, já que foram os grandes divulgadores do traço de mangá, antes mesmo deles serem publicados fora do Japão, pois os traços característicos já eram conhecidos em vários países, graças às boas audiências das séries animadas [NAGADO, 2005].

Essa configuração, como produto global, ocorreu por conta dessa diferenciação estética, aliada é claro, às narrativas que trazem dramas humanos hipoteticamente universais. A imagem dos olhos grandes e os cabelos espetados que encontramos nos mangás, se tornou familiar e passou a ser sinônimo da cultura japonesa, consumido por milhares de pessoas semanalmente, embora esse visual não corresponda à realidade física deles, mostram uma mudança de ideias políticas e culturais do oriente para o ocidente [SATO, 2005].

Observa-se que há um apreço e um apoio muito grande pela cultura pop nos dias atuais, marcada principalmente pelo cosplay.  Dessa forma, ressaltamos que o termo proposto, cosplay, remete a uma cultura lúdica contemporânea construída ao longo do século XX por pessoas apaixonadas pela literatura ou mídia fantástica e pelo que veio a ser designado de cultura pop [COSTA, 2019]. A indústria cultural deu origem a cultura pop, e auxiliou os jovens em seu estilo de vida e conceito de moda, ajudando assim os consumidores a constituírem uma identidade social, como também visa um melhor entendimento do grupo [BARBOZA e SILVA, 2013]. 

À vista disso, esses eventos junto a prática cosplay cresceu de uma forma excepcional, o que concedeu um espaço muito importante aos cosplayers [adeptos da prática cosplay.] com a realização de concursos com diversas modalidades, portanto, a atividade se encontra anexada a cultura brasileira, graças aos vastos eventos/convenções estabelecidos ao ano.

Aos olhares de pessoas que desconhecem tal prática, o hobby pode parecer um tanto que incomum, sendo até mesmo retratado como algo infantil. No entanto basta explorar um pouco mais a fundo esse universo para perceber que os cosplayers apresentam características normais como qualquer outro.

 

“É como não ser eu mesma por algumas horas”

Algumas atividades de alta concentração são uma fonte de dissolução de si, um afastamento que lhes permite abandonar qualquer outro engajamento [LEBRETON, 2018]. Portanto, quem procura ler um mangá, ou assistir um anime, busca esquecer um pouco das coisas do cotidiano, pois para quem lê ou assiste, é cativante, mesmo sabendo que essas características não são imitação do real em sua forma [ALMEIDA,2018].

Esse objeto de admiração em comum, que condiz com as narrativas, transforma certos hábitos e costumes destas pessoas, ou melhor fãs, sendo estes desenvolvidos em novos hobbies [ALMEIDA, 2018].  Dessa forma, o cosplay pode ser inserido aqui, visto que o engajamento apaixonado em uma atividade opõe à incerteza das relações sociais uma relação regular que orienta totalmente sua existência, mas que o indivíduo tem o sentimento de dominar à vontade e eternamente [LEBRETON,2018].

É notório que, não é suficiente apenas gostar dos mangás e animes, há uma vontade de se introduzir mais no universo da “cultura pop”. Essa introdução pode ser tanto como o emprego de palavras e termos pertencentes à cultura japonesa, como também a adoção até mesmo dos costumes japoneses [ALMEIDA, 2018]. Ou seja, de forma prazerosa, o indivíduo se encontra em uma espécie de transe a qual, como LeBreton [2018, p. 77] diz: “[...] se sente apaixonadamente existindo [...]”

E assim, os cosplayers experimentam essa imersão a uma atividade, nos eventos reencenando a narrativa de onde saem seus cosplays, reunidos com amigos, tecendo novos vínculos, compartilhando suas preferências e técnicas, tirando fotografias, participando dos concursos [NUNES, 2013].

Não se trata de considerar essa prática como fugas desproporcionais da vida real, mas sim um jogo de faz de conta, que alimenta as fantasias dos praticantes e, de certa forma, lhe dá suporte para significar o mundo, algo que possa ir além de momentos de pura diversão e entretenimento, sendo também e, principalmente, uma forma de se comunicar [ALMEIDA, 2017], uma vez que o intuito da formação destes é fugir dos grupos tradicionais [PAGANI, 2012].

Os cosplayers experimentam histórias cruéis, divertidas, mórbidas que são socialmente condenadas, pressupondo um distanciamento da realidade pois pegam a vida desses personagens e usam como passe para recriar suas ações cotidianas [ALMEIDA, 2017].

Segundo Soares [2015], o cosplay como jogo, faz com que seus praticantes fujam da realidade, mas não completamente, pois tudo faz parte do jogo: brincar de ser alguém que você não é, sem deixar de ser você mesmo. Ou seja, a atividade pode ser vista como uma forma de controle exercido sobre a vida cotidiana diante das turbulências do mundo [LEBRETON, 2018].

A escolha de vestir um determinado cosplay perpassa também pela sensação de ser único e, ao mesmo tempo, pela pluralidade ao encontrar nessa prática elementos que constituí seu campo de identificação [ALMEIDA, 2017]. Visto que, todo produto dos meios de comunicação de massa, possui esse poder de reunir uma multidão dispersa, mas que é composta de indivíduos que compartilham de gostos e preferencias semelhantes [ALMEIDA, 2018].

 

#RespeiteOCosplayer

A estética e principalmente suas narrativas da referida “cultura pop”, nos faz trazer à tona um dos métodos usados por Hartog em: “uma retórica da alteridade” [1999]. Seu método condiz com a tentativa de aproximação do outro e, quando dizemos outro, referimo-nos a alguém diferente de nós, no que concerne a identidade de um grupo. Assim, Hartog, visa perceber essas diferenças e, traduzi-las para a sua linguagem, a linguagem do outro.

Porém, é importante ressaltarmos que, a tradução a qual propomos a fazer não diz respeito a linguagem de um “outro”, ou seja, de um estranhamento, como é o caso de Heródoto ao chegar à ilha das amazonas, mas sim de um “eu”, por estar inserida na cultura pop e na subcultura pop, ou seja, ser consumidora dessas narrativas midiáticas e consequentemente adepta à pratica cosplay.

Contudo, essa retórica pode ser aplicada às pessoas que não são adeptos da prática, ao notarmos em algumas narrativas dos cosplayers que há um confronto com o problema de tradução, como é o caso dessas pessoas que julgam devido ao estranhamento que o pertencente do grupo a, tem ao grupo b. Assim, conforme Hartog [1999], é levantado a diferença entre os dois, o qual no segundo momento há a tradução visando transportar o “outro” na tentativa de expor suas características comparadas as deles, contudo, não de forma positiva o qual é pode-se notar.

Segundo Hartog [1999], o manejo do thôma pertence apenas ao narrador, mas claro que, é em função do destinatário que ele processa suas escolhas e, aqui usamos o método dele para tentarmos entender, como as pessoas que não são adeptas da prática traduzem suas narrativas diante da cultura de um “outro”.

Portanto, o termo assume uma dupla estrutura, ele pode ser qualitativamente extraordinário ou quantitativamente notável. Temos que ter em mente que, avaliar, medir, contar são operações necessárias para a tradução do thôma.

Ao enfatizarmos a tradução de quem vê de fora, podemos ressaltar um caso ocorrido no dia 28 de fevereiro de 2020, o qual o comunicador, Rafael Menegazzo, durante o programa “Pretinho Básico”, transmitido na rádio Atlântica em Porto Alegre - Rio Grande do Sul teve uma fala um tanto que desagradável.

O radialista, ironizou os cosplayers, desrespeitando toda a comunidade ao afirmar que: “Um nego véio com 30 anos saindo de Super Homem merece um laço”. Entenda-se por “laço”, no dialeto gaúcho, apanhar; ser violentado. Tal comentário repercutiu entre toda a comunidade a qual se uniram e criaram a hashtag [as hashtags, palavra de origem inglesa, são palavras-chaves associadas a um determinado assunto ou informação utilizados nas mídias sociais digitais. Elas facilitam na identificação de um tópico específico, geralmente amplamente divulgado na Internet.] #RepeiteOCosplayer. Fazendo uma breve ressalva ao trabalho de Oliveira [2018] que, expõe como as hashtags tem um modo de coordenar e distribuir uma certa discussão, e é através delas que faz a comunidade ter uma linguagem própria, sendo possível sua identificação.

Diante dessa situação, uma vez que temos o choque com a atualidade, podemos manter um olhar direcionado, ou seja, estamos atentos aos detalhes. Portanto, o tempo presente evoca a importância do imprevisto e do fato [RÉMOND, 2006], diz respeito a uma história inacabada, que está em constante movimento, refletindo as comoções que se desenvolvem diante de nós tornando-a objeto de uma renovação sem fim [BEDÁRIDA, 2006].

Diferente do que poucos ainda pensam, os cosplayers são conscientes de que não são os personagens, que é somente uma brincadeira e uma forma de identificação, ou melhor, uma empatia com a narrativa dos personagens. E eles sempre deixaram isso bem esclarecido, pois como podemos perceber para além de rádios há também o jornalismo sensacionalistas os quais taxam a prática como um distúrbio de identidade [MELLO, 2017].

Retomando a citação de Le Breton [2018], percebemos que a prática não chega a ser uma forma de desaparecer de si, mas sim uma forma de ocupar de si. Isto é, trata-se de um exercício de reapropriação feliz da existência. 

 

Conclusões

Na contemporaneidade, muitos desejam construir identidades cada vez mais rígidas, portanto, essas memórias plurais, móveis e mutáveis, são mobilizadas para tentar construir as identidades que alguns desejam sempre mais estáveis e duradouras, até mesmo essenciais, visto que hoje, muitas memórias são destruídas ou desaparecem, mas, ao mesmo tempo, outras nascem menos expansivas, mais particulares, mas frequentemente abundantes, por sua vez elas se transforma em fundamentos de identidades em recomposição [CANDAU, 2011].

As fontes orais permitiram questionar limites que dividem o que diz respeito à História e o que não diz, ou seja, refere-se ao significado histórico da experiência pessoal, assim como ao impacto pessoal das questões históricas visto que, reside nesse ponto, no qual a história invade as vidas privadas ou são sugadas para dentro da história [PORTELLI, 2016].

Para presente discussão, procuramos apresentar, mediante as respostas dos questionários realizado no projeto nomeado no começo do texto, uma série de apontamentos e possíveis questões que podem ser abordadas com a temática referida em uma outra ocasião, visto que tivemos que optar por aquilo que consideramos pertinente expor deixando muitas lacunas abertas.  Assim, a proposta foi de expor tais considerações a partir da perspectiva de História Cultural.

No Brasil podemos perceber que os praticantes da atividade provêm das mais variadas camadas sociais e com uma diferenciação de idade entre eles. Contudo, a prática cosplay, diante de todas as questões apresentadas é uma maneira de usar a criatividade de um jeito divertido, funcional e dentro de um universo o qual o adepto se interessa, é ultrapassar os limites do quanto se pode criar e inovar, um processo de autoconhecimento e, também um lugar confortável onde a liberdade prevalece.

 

Referências

Alexia Henning graduanda de Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Maringá. Membro do Laboratório de Estudos em Religiões e Religiosidades sob orientação da professora doutora Vanda Fortuna Serafim. E-mail: alexiahenning330@gmail.com.

Vanda Fortuna Serafim é professora do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Maringá e coordenadora do Grupo de Pesquisa em História das Crenças e das Ideias Religiosas e do Laboratório de Estudos em Religiões e Religiosidades. E-mail: vandaserafim@gmail.com.

 

ALMEIDA, Cleusa Albilia de. Consumo Cultural nas práticas juvenis. Curitiba: Appris, 2018.

ALMEIDA, Nadja Rinelle Oliveira de. "Óh! Fui eu que fiz!": a saga de jovens cosplayers e seus fazeres educativos. 2017. Tese (Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.

BARBOZA, Renata Andreoni; SILVA, Rogério Ramalho da. Subcultura Cosplay: a Extensão do Self em um Grupo de Consumo. Revista Brasileira de Marketing - REmark , São Paulo, v. 12, n. 2, p. 180-202, jan. 2013

BÉDARIDA, François. Tempo presente e presença da história. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Usos & Abusos da História Oral. [S. l.s. n.], 2006.

CANDAU, Joel. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2019.

COSTA, CAROLINA BITENCOURT DA. Performance cosplay: mito, rito e práticas (religiosas) da cultura pop. 2019. Dissertação (Mestrado em Teologia) - Faculdades EST, [S. l.], 2019.

HARTOG, François. O espelho de Heródoto. São Paulo: Humanitas, 1999.

LE BRETON, David. Desaparecer de si: Uma tentação contemporânea. Petrópolis: Editora Vozes, 2018.

LUYTEN, Sonia M. Bibe. Mangá e a cultura pop: um lugar para pertencer. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. Cultura pop japonesa: Mangá e animê. [S. l.s. n.], 2005.

MELLO, Rafael Rodrigo de. Vestindo o Personagem: A contribuição da experiência cosplay para o bem-estar do consumidor. 2017. Dissertação (Mestrado em administração) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

NAGADO, Alexandre. O mangá no contexto da cultura pop japonesa e universal. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. Cultura pop japonesa: Mangá e animê. [S. l.s. n.], 2005.

NUNES, Monica Rebecca Ferrari. A cena cosplay: vinculações e produções de subjetividade. FAMECOS, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 430-445, maio/agosto. 2013.

OLIVEIRA, Vitória Barros de. ‘#ATTACK ON TITAN:” Engajamento transmidiático em comunidades de fãs no Tumblr. 2018. Dissertação (Programa de Pós-graduação em Comunicação Social) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte, 2018.

PAGANI, Clarisse Ribeiro. Autoconceito, identidade e consumo cultural: análise qualitativa do grupo social dos cosplayers. 2012. 10 - 240 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

RÉMOND, René. Algumas questões de alcance geral à guisa de introdução. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Usos & Abusos da História Oral. [S. l.s. n.], 2006.

#RespeiteOCosplayer Disponível em: [disponível em: https://mundocosplayer.com.br/2020/03/radialista-desrespeita-cosplayers-e-gera-revolta-na-comunidade/]

SATO, Cristiane A. A cultura popular japonesa: animê. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. Cultura pop japonesa: Mangá e animê. [S. l.s. n.], 2005.

SATO, Cristiane A. JAPOP: O poder da Cultura Pop Japonesa. São Paulo: NSP-Hakkosha, 2007.

SOARES, Gabriel Theodoro. Cosplay: um lugar para pertencer. In: NUNES, Mônica Rebecca Ferrari. Cena cosplay: Comunicação, consumo, memória nas culturas juvenis. Porto Alegre: Sulina, 2015.

21 comentários:

  1. Olá!
    Sempre me alegra ver o cosplay ser um tema abordado por historiadores. Minhas perguntas são se vocês pretendem elaborar novos projetos com o tema, e se os trajes em si seriam um ponto de interesse para a discussão, ou se o foco permaneceria mais em aspectos comportamentais do que materiais.
    Um abraço,
    Natália de Noronha Santucci

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    1. Boa noite,
      Muito obrigada pelas questões!
      No momento esse foi o último projeto elaborado, mas terá muitos artigos com o conteúdo que foi reunido durante esses dois anos de pesquisa. Visto que, a respeito de novos projetos, permaneço pensando no foco da discussão o qual me aprofundar em um mestrado futuramente, mas acredito que o interesse irá permanecer em aspectos mais comportamentais.

      Att, Alexia Henning

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  2. olá. tenho observações a fazer sobre o texto, mas deixemos para uma outra oportunidade. minha pergunta neste momento.
    No texto apresentado, vocês afirmam que "a memória popular e o impacto causado por este artistas e produtos serviu de filtro daquilo que ocorreu de extraordinário". minha pergunta é; que artistas são esses e que "memórias" são essas que influenciou a cultura pop japonesa?
    Prof. Me. Válter Aparecido Barcala.

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  3. Olá! Muito bacana o seu texto. Minha pergunta é mais uma curiosidade. Hoje em dia, seria correto afirmar que as principais referências dos cosplayers ainda são os personagens nipônicos?
    Att,
    Janaina de Paula do Espírito Santo

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    1. Boa noite!!
      Muito obrigada.
      Sobre sua pergunta a resposta é não, visto que, as referências dos cosplayers advém das mais diversas mídias, desde que haja o processo de identificação com o personagem.

      Att, Alexia Henning

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  4. Boa tarde,
    Como cosplayer achei sua temática muito interessante! Porém, como historiadora, não posso deixar de chamar sua atenção para alguns pontos. Em primeiro lugar, é preciso atentar para as regras gramaticais e da ABNT, infelizmente houveram alguns deslizes. Mas, não se preocupe, isso acontece. Em segundo lugar, fiquei um tanto confusa quanto ao objetivo de seu trabalho. O objeto é a prática do cosplay, ok. Mas qual o seu objetivo principal nesse trabalho? Fiquei muito feliz que você está em uma iniciação científica tratando de tal tema, o que me deixou muito curiosa. Quais serão seus futuros caminhos para pesquisa? Como irá mobilizar esse tema?
    Parabéns pelo artigo, e por tratar com tanto respeito a prática de cosplay! Lhe desejo uma semana maravilhosa!
    att: Krishna Luhcetti

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    1. Boa noite,
      Muito obrigada pelos apontamentos, infelizmente acabamos deixar passar esses erros com ABNT.
      A respeito do meu objetivo principal era tentar expor uma historicidade do cosplay com o intuito de contribuir com a História Cultural, conhecendo mediante a aplicação de questionários o que compõe o perfil dos cosplayers brasileiros, assim, foi possível identificar as caraterísticas dos praticantes, tais como: a forma que conheceram a atividade; suas motivações; o processo de criação; suas subjetividades e experiências. Claro que não poderia deixar de mencionar que o meu objetivo pessoal com essa trajetória diz respeito a meu amor ao cosplay, tentar expor o mesmo com o devido respeito e teor acadêmico, infelizmente por ter sido realizado apenas duas iniciações cientificas ficou muitas questões vagas, que pode e vão ser desenvolvidas em um futuro não muito distante com um mestrado no qual ainda estou decidindo em quais discussões me aprofundar.
      Mais uma vez, obrigada pelas observações!! Uma ótima semana para ti também

      Att, Alexia Henning

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  5. Primeiramente, eu gostaria de dar os parabéns pelo excelente trabalho. Meu questionamento é se a cultura dos cosplayers é na maioria das vezes vista de modo negativo no Brasil, tal como foi o caso do jornalista Rafael Menegazzo?

    Alisson Eric de Souza Simão Pereira

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    1. Boa noite!!
      Muito Obrigada. A respeito da sua dúvida a resposta é não mais, tendo em vista que a prática já se encontra anexada no Brasil e isso é comprovado com a quantidade de eventos que tem ao ano pelo país quando não estávamos em um contexto pandêmico, contudo, há esse mal olhar sobre a atividade quando provém de pessoas que não estão abertas para se adentrar e conhecer a respeito, como foi o caso mencionado no artigo.

      Att, Alexia Henning

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  6. Olá Alexia
    Parabéns pelo seu trabalho, trabalhar com um tema como os cosplayers é fundamental para que possamos compreender a minha geração, hehehe (como a atual) onde a influência oriental é muito mais forte graças aos animes e o acesso a informação (internet). Eu mesmo já realizei uma atividade de cosplayers na minha escola, mas a atividade era além do cosplay, explicar quem era e por qual motivo foi escolhido.
    A minha pergunta se refere a esse momento atual, na sua visão como foi citado na reportagem da fala sobre os adultos sendo "agredidos" pela prática, você acredita que isso possa limitar os eventos de cosplayers no Brasil e no mundo?

    Anderson da Silva Schmitt

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    1. Boa noite!!
      Muito obrigada pelos apontamentos. Sim, penso o mesmo a respeito da prática e, achei super interessante essa sua atividade desenvolvida como forma didática.
      Sobre seu questionamento, assim como foi respondido na questão acima de Alisson, acredito que não, tendo em vista que, são poucas as pessoas que tem essa visão pejorativa. Aliás, o cosplay é um tema e um hobbie que cresce bastante no Brasil e muitos veem isso como arte.

      Att, Alexia Henning

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  7. Olá,
    Entendendo a prática do cosplay de personagens de mangá como uma inversão de influência cultural Oriente-Ocidente, é possível entendê-la (bem como a própria industria mangaká) como parte de um processo de ocidentalização nipônica que mais criou uma fachada capaz de ser consumida por esse Ocidente do que de fato alterou as estruturas sociais tradicionais do Japão?

    O exemplo que sucitou-me essa questão é o das Chinatowns estadunidenses, que nada assemelham-se ao modo de ser e viver chinês mas que serviram como uma espécie de parque de diversões para os ocidentais, permitindo aos habitantes asiáticos dos EUA superar (ao menos em parte) o preconceito e o ostracismo que sofriam na primeira metade do século passado.

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  8. Boa tarde. Primeiro gostaria de parabenizar pelo trabalho árduo de vocês. É muito gratificante ver temas que não são tão abordados de forma acadêmica/formal em bons trabalhos como esse.
    Como foi citado no artigo de vocês, há uma grande diversidade de brasileiros, de diferentes idades, classes sociais e raças, que fazem cosplay. Infelizmente, muito cosplayers negros e pardos são alvos de comentários maliciosos e preconceituosos de pessoas que alegam que o que eles fazem não é cosplay de verdade/de qualidade. Acredito que isso se deve ao fato de que os personagens escolhidos para fazer a caracterização são de etnia branca/amarela.
    Relancionando com o caso abordado por vocês onde os cosplayers se juntaram para pedir respeito, gostaria de saber se alguns cosplayers entrevistados por vocês já alegaram receber hate e comentários incovenientes e como eles lidaram com isso.
    Obrigada pela atenção e continuem com um ótimo trabalho.
    Att,
    Lara Netto Santa Rosa

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    1. Boa noite!!
      Muito obrigada pelos apontamentos.
      Sobre seu questionamento, sim, no artigo eu não expus os casos, mas no projeto foi apresentado e problematizados os relatos dos 64 de 217 entrevistados os quais não tiveram um “cosplay bem aceito ao público” sendo estes motivos a questão estética, por não ser igual o personagem. Alguns lidaram com tais inconvenientes de forma indiferente, outros relataram que isso gerou certo desconforto que chegou até mesmo desanimar do hobbie.

      Att, Alexia Henning.

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  10. Boa noite. Gostaria de parabenizar o trabalho de vocês. Tenho algumas perguntas a respeito do trabalho de vocês. Primeiro: como conscientizar as pessoas sobre a importância do fenômeno cosplay? Já que há muitas pessoas que não entendem a carga cultural desse movimento, como o exemplo citado no seu texto. E, poderia me indicar alguma leitura sobre, me interessei mais por esse tema depois da leitura do seu artigo.

    Além disso animês, séries, mangás, jogos e filmes podem conter em sua narrativa elementos que dialogam com a filosofia, política, sociologia, história e/ou mesmo podem tecer uma crítica a sociedade, por exemplo. E dentro dessa narrativa pode conter personagens que carregam consigo uma representatividade e/ou são símbolos de um movimento, exemplo: Katniss Everdeen (Jogos Vorazes), ou Kira (personagem de Death Note). Dentro dessa perspectiva o cosplay pode ser visto e/ou entendido como movimento político também?

    Agradeço por compartilhar seu conhecimento e siga em frente com essa excelente pesquisa..

    Att.
    Angélica da Cruz Bernardo.

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    1. Bom Dia!

      Bom no meu ponto de vista, acho que a melhor forma de conscientizar sobre seria levar a temática para salas de aula, tendo em vista ser um fenômeno conhecido entre as crianças, adolescentes e jovens, assim sua disseminação para com os mais velhos seria melhor.
      Acho que para entender um pouco a respeito desse “universo pop” te indicaria o livro da Cristiane A. Sato: JAPOP – O poder da Cultura Japonesa, o qual mostra como a sociedade japonesa foi capaz de se tornar umas das nações mais industrializadas e um ótimo guia sobre esse meio dos mangás, animes. Há também o livro de Cleusa Albilia de Almeida: Consumo Cultural nas práticas juvenis, o qual aborda a prática cosplay no Brasil enfatizando em como se dá o processo de construção do projeto Cosplay, levando em consideração a necessidade de repercutir, no Facebook, Blogs, Fanpage e também nos grupos de WhatsApp, tendo como princípio a interação e a interatividade.

      A respeito do seu segundo questionamento a resposta é sim. Dito isso posso citar a repressão que cosplayers negros possuí dentro da comunidade, contudo, de uns anos pra cá, pelo menos desde quando me vi encantada com o universo do cosplay, pude notar também que a inserção destes cresce cada vez mais e, isso é algo fantástico, visto que, os integrantes desta prática cultural esforçam-se por desafiar a desigualdade social e racial, afirmando uma identidade. Ou seja, eles conquistam seus direitos, onde se assimila os signos de uma sociedade moderna, os seus corpos tomam o centro da atenção para se expressarem e usufruírem dos prazeres livremente, desafiam a desigualdade ao alcançarem a superação do preconceito nas mais diversas facetas, mesmo que ainda de modo reduzido. Portanto, ao darem vida a um personagem para esses indivíduos significa expressar em seus corpos as suas marcas, os seus pertencimentos, seja elas manifestadas em cada produção, lugares por onde passa e atuam.

      Obrigada pelos questionamentos.

      Att, Alexia Henning

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  11. Olá gostaria de parabenizar pelo excelente texto e colocações precisas!esses temas despertam muito a curiosidade por serem poucos retratados, mas que foi feito de forma excelente por vocês! Gostaria de saber como de forma metodologica, atraves dos processos de ensino e aprendizagem pode - se haver a inserção de animes, mangás, HQ'S e cosplayer em uma aula de história? por exemplo, creio que os jovens iam gostar pois muitos são abarcados por essa cultura!
    Além disso quais seriam os maiores estereótipos dentro dessa cultura?

    Att.
    Amanda Karem Falcão Da Silva

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  12. Naruto, Cavaleiros de Zodíaco, Pokémon, entre outros é reflexo de como o carinho pelos animes, só cresce no Brasil. Falando dos Mangás, eles são produções tipicamente nipônicas, no qual buscam o envolvimento com o leitor, em um mundo à parte, no qual ele pode viver suas fantasias e escapar das tensões do cotidiano. Dessa forma, mostra como as artes visuais Japonesas, são atrativas para os alunos. Na sua opinião, qual a capacidade de alcance dessa metodologia no contexto do Brasil, nos dias atuais? Desde já, Parabéns pelo INCRÍVEL trabalho.


    Att: Emanoel Alcides da Silva

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  13. Olá, boa noite. Primeiramente gostaria de parabenizar pela escolha da temática, muito provavelmente fez com que as pessoas se interessassem a ler e gostassem da leitura, assim como fez comigo. Eu gosto da ideia de utilizar obras tais como filme, mangas ou HQs como ferramentas para ajudar na pratica docente e na minha leitura fiquei com o pensamento de como esta cultura cosplay poderia ser utilizada em sala de aula como uma ferramenta educacional alternativa? ou o foco como uma ferramenta auxiliar seria mesmo as obras (manga e anime)?

    Att,
    Daniel Henrique Oliveira de Alcântara

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  14. Boa noite!A cultura padronizada desde a década de 1960 vem sendo questionada com movimentos elencados, principalmente pela juventude não mais satisfeita com os padrões oficiais,novas formas de comportamento se espalham pelo Ocidente, mas também deixam as suas nuances em territórios orientais, como o Japão. A minha pergunta. Os mangás circunscritos também nesse universo pop não estariam muito mais ligados à questão da indústria cultural de massa, visto que seus personagens fogem biotipo japonês, que uma identificação cultural pura e simples?

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